Em matéria públicada na edição de 20/04 do Jornal do Commercio foram divulgados alguns resultados obtidos por uma pesquisa elaborada pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Desigualdades Sociais ligado a UFRJ, em relação a violência que atinge notavelmente a população negra no Brasil É muito revoltante aceitar esses resultados, mesmo depois de tanta propaganda sobre os avanços das políticas de combate a desigualdade racial no país.
A grande reflexão que tive ao ler a citada matéria é a seguinte: o negro continua a ser alvo da violência em todos os seus aspectos, assim como, na maioria dos homicídios ocorridos no país que conta com a maior população negra fora do continente africano. É válido ressaltar que, os números divulgados na pesquisa são baseados em informações obtidas em grande maioria por dados oficiais divulgados por instituições governamentais. Logo, se as informações colhidas são provenientes de índices docimentados oficialmente pela esfera pública, já podemos concluir que a situação não é nada boa.
Ora, mesmo reconhecendo que durante os últimos dez anos, o combate à violência têm sido tratado por diversos setores governamentais e não-governamentais e que o debate sobre a questão racial tevev um avanço satisfatório, também é preciso debruçar uma atenção mais crítica sobre os números. E nesse ponto a situação é caótica. Enquanto os índices de homicídios entre brancos diminui gradualmente, com os negros acontece o inverso. Além disso, a expectativa de vida da população negra em 2008 ficou em 67,03 anos, enquanto a parcela de cor branca, a perspectiva era de 73,13 anos.
Tal situação serve para ampliarmos o nosso posicionamento crítico sobre a questão racial no Brasil, Ao revelar que a parcela demográfica que mais morre em homicídios é a população negra, a pesquisa nos faz refletir de uma forma direta sobre outros aspectos sociais, como educação, saúde, moradia e emprego. Que consequentemente, são fatores que também revelam situações desfavoráveis para os cidadãos negros.
Assim, as crescentes taxas de homicídios não podem ser analisadas de uma forma isolada. Uma vez que quando analisadas junto a outras estatísticas é que podemos ter uma visão mais ampla a respeito do verdadeiro problema em questão. Pois bem, outros dados revelam que a ocorrência de reprovações , evasão escolar e desemprego atingem diretamente os cidadãos negros. É válido destacar que em todos os estados brasileiros, as taxas de homicídios que envolvem jovens negros são notavelmente superiores aos resultados obtidos por jovens de cor branca. Fazendo concluir que a cada branco morto, temos em média 2 negros nas mesmas circunstâncias.
E diante de tantas informações reproduzidas por meio de pesquisas científicas podemos concluir que a história do Brasil ainda pesa sobre a realidade das pessoas de cor negra. E diante disso, é fundamental aceitarmos que ainda nos resta uma longa tragetória pela frente, para assim, construirmos de forma eficaz a sociedade que tanto defendemos em nossos discursos.
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