A juventude brasileira não pode restringir sua mobilização na internet apenas para guerras de travesseiros. É isso o que motiva o diretor de comunicação da União da Juventude Socialista (UJS), Ismael Cardoso, a encampar o mais novo desafio da entidade de transformar seu Portal numa referência informativa para os jovens.
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Ismael: "Podemos ser uma grande referência de informação de esquerda para os jovens, pois nenhum grande portal tem o que nós temos: uma força viva da luta política, a nossa militância!".
Diante das novas perspectivas para a inclusão digital, Ismael considera urgente uma força-tarefa de toda a militância para utilizar o Portal UJS como um centro agregador de conteúdo, valorizando cada vez mais o caráter colaborativo e a diversidade de temas e opiniões, com a finalidade de fazer frente aos já consolidados e envelhecidos meios de comunicação tradicionais.
Para tanto, Ismael já dá os primeiros passos para que esse movimento engrene e conta algumas novidades que a comunicação da UJS começou a implementar. Confira a entrevista:
UJS: Como a comunicação da UJS pode ajudar a entidade a atingir cada vez mais jovens?
Ismael Cardoso: A internet é o caminho. Não é simples para uma organização como a nossa ser grande no mundo virtual, ao contrário do que pensam alguns. Na internet também existe concentração de poder e a informação pode ser refinada de acordo com os interesses do grande capital. É só verificar que os maiores portais de notícias são da grande imprensa, da Globo, da Folha de S. Paulo, etc. Mas a partir do momento em que você posta uma informação na internet ela ganha vida própria, não é mais sua. Daí, surge a chamada guerra virtual, com o Twitter e o Facebook sendo suas mais relevantes trincheiras. A luta se dá no campo concreto, na vida real, mas na internet ela extrapola os limites geográficos, engrossa a luta de ideias, com informações e contrainformações sobre um mesmo assunto surgindo na velocidade da luz. Nesse sentido, os jovens são os maiores protagonistas. Podemos ser uma grande referência de informação de esquerda para os jovens, pois nenhum grande portal tem o que nós temos: uma força viva da luta política, a nossa militância! São verdadeiros guerrilheiros das salas de aula, que devem ser direcionados cada vez mais para um outro front de batalha, o front “virtual”
UJS: Concretamente, como pode a UJS aumentar sua influência no mundo virtual?
Ismael Cardoso: Há um primeiro esforço, que não é simples mas não exige de nós nenhum investimento. Posso afirmar com segurança que devemos ter na casa das centenas de militantes com seu blog, produzindo seu próprio conteúdo, além de diversos outros que também são lideranças da luta pela democratização dos meios de comunicação. Isso é uma potência que, fragmentada do jeito que está, tem pouco efeito contra o inimigo. Brincando com uma história religiosa, se Davi jogasse um monte de pedrinhas em Golias o machucaria, mas não o derrubaria. Porém, ele jogou uma pedra só, grande e na cabeça! É preciso canalizar toda essa energia para nossos objetivos nacionais, somos uma força nacional que quer mudar o Brasil. Não se trata de podar as iniciativas de cada militante, é preciso unificar essas iniciativas e recolocá-las nas batalhas centrais.
É claro que só o conteúdo escrito não é suficiente para nos tornar uma grande referência no mundo virtual, é preciso ter mecanismos mais modernos, de interatividade, de audiovisual. Nesse contexto, sabemos que nosso portal tem muitas limitações técnicas para garantir essa interatividade. Portanto, torna-se urgente uma nova estrutura, e eu considero um bom desafio lançar, até o aniversário de 27 anos da UJS, um novo site com uma grande festa!
Paralelamente a isso tudo, existem as redes sociais. No Brasil, o Facebook cresce seis vezes mais que no resto do mundo e o Twitter é outro fenômeno. Em 2009, a maior mobilização do Twitter foi realizada por jovens e para quê? Para uma guerra de travesseiros em São Paulo. Quer dizer, o jovem está lá, se organiza, mas suas referencias são essas aí! Temos a nossa rede social, a “Rede UJS”, que eu chamo de facebook-socialista. Porém, ela não pode competir com as redes tradicionais, senão vai perder. Ela hoje tem mais utilidades para as direções do que para os militantes em geral, para o usuário, então é preciso dar-lhe mais publicidade e funcionabilidade.
UJS: Quais serão as mudanças e tarefas mais imediatas?
Ismael Cardoso: No inicio do mês de maio, a turma já poderá contar com um conteúdo mais numeroso e diverso. Estamos montando um núcleo de 18 colunistas fixos com nove temas diferentes, que irão escrever mensalmente para o nosso portal. A intenção é não ficarmos no samba de uma nota só, falando só da política numa abrangência geral. O jovem, não só os militantes como aqueles que se aproximam de nós, querem saber de outras coisas, querem opinião sobre a sexualidade, sobre a violência que é tão grave em nosso país, sobre as Olimpíadas, as baladas do final de semana, etc. Além desses 18 bravos guerreiros – são 18 para começar, pois todos estão convidados a contribuir para o nosso site –, teremos também cinco matérias por dia, uma matéria especial por mês e, no bojo do congresso da UNE, faremos entrevistas com as principais lideranças do movimento universitário, com os e as presidentes de UEEs, o que pensam, sua história de militância e seus anseios de militantes e da vida pessoal. Os cem mil jovens filiados à UJS querem saber como são seus dirigentes e, em última instância, essas pessoas têm muito a dizer, são o presente e futuro da nossa organização. Do ponto de vista do conteúdo é isso.
A segunda tem a ver com a constituição de um grande coletivo nacional de comunicadores da UJS. Seriam verdadeiros guerrilheiros virtuais, twitando as opiniões da UJS, colocando no Facebook, no seus blogs, articulando nossa participação em todos os espaços de debates.
UJS: Qual recado deixaria para a militância da UJS?
Ismael Cardoso: Uma coisa percebo e fico agoniado com isso, é o vácuo no Brasil nesta questão da internet. Não há nenhum grande portal de juventude de esquerda! Mas afirmo sem arrogância: é a UJS que reúne as melhores condições para preencher esse vácuo. Entretanto, precisamos agir logo, o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), com todos os problemas que tem, sairá do papel e será uma grande coisa. Estamos falando de milhões de jovens que poderão ter acesso à banda larga, 24 horas por dia, e qual será a referência dessa turma? G1? Uol? Guerra de travesseiros? Ganhar a juventude brasileira para o nosso projeto, conquistar a hegemonia política, é uma luta titânica e não fugimos dela. Precisamos estar em todos os fronts de batalha. Filiar milhares de jovens é fundamental, mas chegar a todos eles é mais difícil. Sendo assim, a internet é o nosso megafone para alcançar os mais de 50 milhões de jovens sedentos por informação e com vontade de participar, ou então a milhares de jovens que não irão se filiar, mas abraçarão nossas bandeiras por sermos uma organização muito ampla. Hegemonia é isso, é fazer com que suas ideias ganhem corpo na sociedade. Convoco todos os militantes da UJS a serem colaboradores,ou melhor, construtores dessa grande rede, onde nenhum nó é central e todos são fundamentais. Não há um chefe, há uma vontade coletiva de alcançar um objetivo.
Fonte: UJS
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