Por Que Lênin?


Lênin foi um dos principais líderes revolucionários do século 20 e esteve à frente da primeira revolução socialista vitoriosa, a revolução russa de outubro de 1917. Foi ela que abriu as trilhas que nos conduziram a um novo tempo, marcado pela ascensão das lutas de emancipação dos trabalhadores e dos povos colonizados. Lênin também foi um dos criadores da ferramenta que contribuiu, decididamente, para que essas transformações pudessem acontecer: o Partido Comunista.

Sua obra teórica nesse terreno marcou toda a ciência social do século 20, quanto aos modernos partidos políticos revolucionários e de massa. Muito jovem viu seu irmão mais velho ser enforcado, acusado de tramar contra a vida do Czar da Rússia. Os métodos que os revolucionários utilizavam contra aquele regime opressor eram os complôs ultra-secretos e os atentados individuais. Diante do malogro de tais opções, Lênin procurou novos caminhos e instrumentos. Encontrou-os mediante o estudo sistemático do marxismo. Esta teoria lhe ensinou que a saída estava na luta política de classes que deveria ter como protagonistas os trabalhadores e a perspectiva do socialismo.

Um de seus primeiro embates foi contra os que supervalorizavam as lutas econômico-corporativas, subestimavam o papel da teoria e de um forte partido político, apregoando a formação de pequenos círculos socialistas autônomos. Lênin advogou a importância da teoria para o sucesso da ação revolucionária e a centralidade da luta política. Para isso seria necessário construir um grande partido socialista, unificado nacionalmente, com um programa adequado à etapa da revolução em curso, de espírito militante. Na consecução dessa importante tarefa gastou boa parte de suas energias.

Mas, qual Partido e que fazer para isso? Essa foi uma das perguntas que procurou responder, tendo por base as contribuições deixadas por Marx e Engels. A primeira – e mais importante – conclusão que chegou foi que o Partido Comunista deve servir à política transformadora. Ele não pode ser um fim em si. Por isso, os socialistas não devem prender-se a um modelo único e imutável de organização. Um partido que serve à revolução deve permanentemente adaptar-se a.

Um Partido assim devia se pautar por alguns princípios gerais, perenes. Em primeiro lugar, de caráter classista, ser o partido de uma classe determinada, o proletariado. Isso quanto à ideologia que defende, à composição social de seus membros e sua imersão junto às lutas da classe. É parte da classe mas, ao mesmo tempo, uma organização de vanguarda dela. Ou seja, que agrega os elementos mais avançados das massas trabalhadoras e se guia por uma teoria científica, o marxismo. Para Lênin, como para Marx e Engels, o sentido de vanguarda era dado por representar no presente os interesses futuros do movimento emancipador.

O Partido Comunista deveria ser o partido internacionalista, uma organização solidária com os trabalhadores e povos de todo mundo. De profundo caráter nacional e patriótico em sua luta, ao mesmo tempo cada vitória ou derrota sofrida em qualquer parte do planeta afeta as lutas no seu próprio país.

Além disso, Lênin advogava a necessidade dos partidos comunistas adotarem princípios organizativos. Todos seus membros deveriam ser militantes ativos e vinculados a uma das organizações partidárias, participar de seus debates, deliberações e, por fim, acatar e encaminhar o que foi decidido democraticamente pela maioria. Partido que compromete seus integrantes com uma orientação determinada, unitária e livremente assumida mediante debate democrático. Daí a importância do princípio intitulado centralismo-democrático.
É este tipo de partido que estamos construindo no Brasil. Com caráter de massa, com feições brasileiras, contemporâneo e moderno, versátil quanto às formas associativas entre os militantes, para cumprir o programa socialista pelo qual se bate o PCdoB. Sempre disposto a aprender com Lênin, mas caminhando com as próprias pernas e pensando com a própria cabeça, para atender às exigências da luta política de classes nestes albores do século 21.

No Response to "Por Que Lênin?"

| Convertido para o Blog da UJS-Olinda