Figuras da UJS-Olinda.

Na última semana, o palácio dos governadores, sede do poder executivo de Olinda, foi o cenário da posse do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.  E dentre as 40 conselheiras empossadas para cumprir um mandato de 02 anos, destaca-se a jovem dirigente da União da Juventude Socialista e da União Brasileiras de Mulheres, Simone de Paula.


Estudante de história, comunista e ativista dos movimentos sociais, Simone de Paula será uma representação de grande relevância para o fortalecimento das políticas públicas destinadas as mulheres na cidade. Além disso, será mais uma voz da juventude dentro dos conselhos municipais, contribuindo assim, para a implementação de mecanismos de controle social e ampliando ainda mais a relação entre governo e sociedade.

E nos próximos dois anos, Simone terá que dividir ainda mais o seu tempo, pois além da vida pessoal, das atividades profissionais e da faculdade, ela também terá o compromisso político de ser conselheira. Contudo, mesmo diante de suas atividades cotidianas, não resta dúvidas de que as cidadãs olindenses ganharam uma representante bastante compromissada e capaz de contribuir para a efetivação de políticas publicas destinadas ao gênero.

O Universo Pós-jornais, a Internet e os 'Futuríveis'


Em debate no Conexões Globais 2.0, o músico, compositor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, citou sua música "Futuríveis para falar da importância da ideia na concretização da ideia de um mundo futuro e possível. Um mundo que nasce a partir de um novo formato de ativismo, cada vez mais ligado à internet e com participação popular intensa. Para Gil, a internet é hoje uma ferramenta fundamental para os movimentos sociais.

Porto Alegre - A partir da expressão cunhada por Gilberto Gil, músico, compositor e ex-Ministro da Cultura, durante o debate sobre a participação popular na transferência da informação na Primavera Árabe é possível traçar um paralelo, e muitas convergências, sobre a importância da participação popular na nova forma de se comunicar, o universo pós-jornais, mencionado pelo jornalista Antônio Martins no mesmo debate do Conexões Globais 2.0, evento integrante do Forum Social Temático, nesta quarta-feira (25), na Travessa dos Cataventos na Casa de Cultura Mário Quintana.

O ex-ministro da Cultura, que referiu sua música “Futuríveis”, comentou a importância da internet na ideia de um mundo futuro e possível. Um mundo que, independentemente do salto semântico ou do jogo de palavras, igualmente citado por Gil, desperta a partir de um novo formato de ativismo contemporâneo, cada vez mais ligado à internet e que conta com a participação popular intensa. Gil defendeu também que a internet é uma ferramenta fundamental para os movimentos sociais e que qualquer generalização compromete a manutenção da democracia.

A webconferência proferida pela jornalista Olga Rodriguez, especialista em Oriente Médio, que iniciou o debate destacou a importância das ferramentas de divulgação digital na difusão das informações sobre os protestos no mundo árabe, não apenas da forma clássica de receber informação, texto seguido ou não de imagem, mas principalmente através de ferramentas exclusivamente visuais, como o You Tube, que possibilitaram a divulgação maciça dos protestos que compuseram a “Primavera Árabe”, tornando a cobertura dos protestos livre das barreiras lingüísticas ou culturais.

A discussão citou também tópicos recentes como os projetos SOPA (Stop Online Piracy Act) e PIPA (Protect IP Act), propostos pelo legislativo norte-americano, que visam atacar o compartilhamento de arquivos e de informações pela internet. Depois de vigorosos protestos, tanto de usuários como de empresas da web (entre elas o gigante Google), diversos parlamentares americanos retiraram seu apoio aos dois projetos, que agora estão em um espécie de geladeira política em Washington.

Além desses, a série de movimentos antagônicos ou não que se juntam quase que diariamente à massa de informações que tomam vida no ambiente virtual, foram apontados como parte da preocupação recente da nova geração de usuários/fomentadores de informação.

Da mesma forma, o diálogo tangeu questões como poder e democracia na metáfora proposta por Vinicius Wu, Coordenador do Gabinete Digital do Governo do Rio Grande do Sul. Para Wu, a democracia é uma gaiola rígida que acomoda o poder, sendo esse gaseificado. Se por um lado a democracia é sedentária o poder é nômade. Essas características criam as condições para que se mantenha o atual modo de organização mundial, uma vez que tanto as instituições governamentais quanto o voto dependem da existência do lugar, do espaço físico, colaborando no sedentarismo democrático, defendeu Wu.

Por: Ane Nunes e Ivan Trindade.
Fonte: Carta Maior.

Nota aos Estudantes


Ir às ruas protestar é ato legítimo e digno de todo respeito e admiração. E é absurdo criticar ou reprimir tal direito. As ruas ao povo pertence! No entanto, essa é apenas uma das muitas formas que se tem de travar uma discussão em torno de algo. O papel dos movimentos sociais não é o de exigir tão somente, e tampouco de fazer a crítica pela crítica, de ocupar as ruas por ocupar. Os movimentos sociais tem responsabilidade com os rumos que deve tomar o estado e o país, a postura deve ser acima de tudo a de proposição.

É irresponsabilidade ignorar os canais de diálogo. A UNE, UEP, UMES e outras representações estudantis cumpriram responsavalmente o papel que lhes foi dado de defender os direitos e propor caminhos. Ontem, o governador recebeu os estudantes que ao contrário do que tentam passar, foram cobrar retratação pelos atos de violência e apresentar uma carta aberta com 15 proposições que abrange a problemática do transporte público (que ao contrário do que se tem pautado em alguns fóruns, vai  muito além do valor da passagem cobrada). 

Ontem os estudantes ouviram do governador um pedido de desculpas e o compromisso de apurar e punir os excessos, ontem os estudantes conseguiram que o estado se comprometesse a rever a participação e atuação do conselho , que atualmente não cumpre o papel que deveria. Audiências públicas serão convocadas para discutir com a população a questão do transporte público, da mobilidade urbana, e é conquista da comissão de 27 estudantes que hoje estão sendo chamados de traidores nas redes sociais. 

Traição é se eximir da responsabilidade de construir! A luta continua, a pauta não foi esgotada e os 15 pontos apresentados são bandeiras de luta dessas entidades. Ontem ficou provado que o diálogo vale à pena, e é dessa forma que a política não se faz pequena!


Por Iana Paula - Diretora de Finanças da UEP.

Eduardo Campos Recebe Movimento Estudantil.

Ampliação da participação do movimento estudantil no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU) e Realização, em 20 de março, de uma reunião extraordinária do Conselho para discutir a pauta de reivindicações apresentada. Eis algumas das principais decisões adotadas pelo governador Eduardo Campos ao se reunir nesta quinta-feira (25/01) com 27 líderes estudantis no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas.

O encontro se estendeu por duas horas e meia, tempo em que tiveram a palavra várias lideranças. O clima de entendimento prevaleceu em todas as intervenções. Após ouvir as reivindicações dos estudantes, o governador assegurou que a pauta entregue pelo movimento “será uma prioridade do governo”. Como prova, adotou de imediato algumas medidas como a inclusão dos estudantes no CMTU, que deve ter sua composição revista.

“Com a ajuda de vocês vamos legar às gerações futuras um sistema de transporte diferente”. Eduardo também reiterou o pedido de desculpas por qualquer ação arbitrária cometida pela polícia e afirmou que não vai transigir em caso de excessos cometidos pelos policiais. “Quem garante isso a vocês é o governador que já exonerou mais de 300 maus policiais”.

O governador disse ainda que o que foi vivido nos últimos dias não foi bom para o movimento estudantil, nem para o governo, nem para a sociedade. "Está claro que ocorreram excessos de parte a parte, mas não devemos pautar nosso comportamento pelo que houve de errado. Devemos, ao contrario, aprender com o vivido e construir um futuro melhor para todos", disse.

Além do aumento da participação dos estudantes no CMTU, a comissão também pautou o direito à meia passagem para aqueles que utilizam o transporte intermunicipal; a gratuidade para cotistas e estudantes do Prouni e o aumento nos créditos do Cartão VEM, que hoje dá direito a 70 passagens por mês.

“Foi uma reunião com um saldo político positivo”. Essa foi a avaliação do presidente da UEP, Thauan Fernandes, 19, estudante de Biomedicina da UFPE. “Saímos daqui com o comprometimento do governador e com a nossa liberdade de expressão assegurada”.

Também participaram da reunião com os estudantes os secretários Danilo Cabral (Cidades), Sileno Guedes (Articulação Social e Regional) e Tadeu Alencar (Casa Civil), Além dos deputados Luciano Siqueira (PCdoB) e Pedro Eugênio (PT).

Absolutismo Contemporâneo.

Antes de tudo eu gostaria de relembrar um conceito que parece ter sido esquecido pela sociedade, mas que já fez parte da história de nosso país. Não faz mais?


O absolutismo diz-se de um sistema de governo em que a autoridade do governante é absoluta, com restrição dos direitos dos súditos. Hoje (20/01/2012) a população foi às ruas protestar contra o aumento abusivo das passagens de ônibus e o que era um ato pacífico, se tornou um cenário de repressão e absolutismo. O batalhão de choque mais uma vez mostrou seu real papel: repreender estudantes para defender os interesses do governo e dos grandes empresários que exploram o trabalhador com suas altas tarifas. O Governo do Estado permite esse tipo de repressão e mostra a quem de fato serve, e tenha certeza, não é a você trabalhador!

O que aconteceu hoje deve servir para que repensemos certos conceitos e observemos melhor quem colocamos no poder, porque ficou mais do que provado que esse mesmo poder um dia pode se voltar contra quem o fez ascender.

O aumento não foi apenas aprovado para os estudantes, ou para as donas de casa, ou para os trabalhadores em geral, ele foi aprovado para todos e TODOS serão mais uma vez EXPLORADOS. Por isso, levante do seu sofá, reclame e escolha bem quem vai representar seu estado.

Parabéns a nós que não nos calamos, que criticamos, que questionamos esses desmandos.

Texto : Letícia Menezes
Diretora da União dos Estagiários de Licenciatura



UMES-PE e UEP Publicam Nota Sobre a Repressão Policial nos Protesto Estudantis em Pernambuco.

A União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES) e a União dos Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto (UEP) publicam uma nota em conjunto, a respeito das manifestações estudantis que ocorreram na última sexta feira (20/01) em virtude do reajuste das tarifas dos transportes públicos que circulam pela região metropolitana do Recife.

Foi um dia de muito tensionamento para os estudantes e trabalhadores que participaram dos protestos que ocorreram tanto pela manhã, quanto no horário da tarde. Nos dois momentos, o Batalhão de Choque agiu com violência para acabar com as manifestações, utilizando bombas e spray de pimenta contra os manifestantes.

Nota de protesto da União dos Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto e da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas – PE.

As diretorias da UEP Cândido Pinto e da UMES – PE vêm através desta mostrar indignação quanto ao absurdo que foi a atitude de repressão do batalhão de choque da Polícia Militar de Pernambuco. Numa tentativa legítima de protestar contra o aumento das passagens da Região Metropolitana do Recife, os estudantes pintaram as caras e foram às ruas nesta sexta-feira, com bandeiras, palavras de ordem e disposição de construir um ato pacífico. 

No entanto, desde a véspera da manifestação a polícia já tinha arquitetado sua ação repressora. Para relembrar sua atuação durante a ditadura militar a polícia intimou várias lideranças estudantis para prestar depoimento no exato momento em que o ato pacífico ocorreria. Isso foi sem sombra de dúvidas uma vil tentativa de impedir os estudantes de exercer o seu democrático direito a manifestação de pensamento.

No dia do ato, em surpreendente desproporcionalidade, viu-se uma ação de repressão policial fora do comum, com a utilização de diversos aparatos, de efeito físico e moral – um ataque contra os movimentos sociais e contra o pleno direito democrático de protesto da população.

Para nós que estamos em contato nacionalmente com militantes do movimento estudantil, encontramos semelhante repressão no Piauí, no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, o que nos preocupa quanto à garantia dos direitos do povo no Brasil.

Esperamos que aqui em Pernambuco, estado onde o governo se diz democrático e próximo dos movimentos sociais, essa postura se modifique e que se retrate publicamente com os estudantes e com a população pernambucana. Além disso, esperamos a punição dos responsáveis por essa investida, acontecida sob a falsa desculpa de agressividade dos manifestantes, e que se garanta a cada cidadão ou cidadã, sua ampla liberdade de expressão, conquistada a muito custo nesse país.”

Manifestação Pacífica Termina Com Repressão Policial e Violência Gratuita.

Tropa de choque atirou bombas de gás e de efeito moral em estudantes que protestavam contra aumento das passagens de ônibus da região metropolitana de Recife.

Cerca de 300 estudantes da região metropolitana de Recife foram brutalmente agredidos pela tropa de choque durante uma manifestação de rua na qual protestavam contra o aumento da tarifa das passagens de ônibus da cidade. A polícia disparou na multidão bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Após o conflito, quatro estudantes foram detidos e muitos ficaram feridos.

As mobilizações contra o aumento começaram há cerca de uma semana, quando o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) apresentou ao Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), braço do Grande Recife Consórcio de Transporte responsável por decidir sobre o reajuste das tarifas das linhas que operam nos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), uma proposta de aumento de 17,2%. O valor das passagens passaria de R$ 2,00 para R$ 2,35 (passagens do Anel A) e de R$ 3,10 para R$ 3,60 (passagens do Anel B).

Os estudantes se organizaram por meio das redes sociais e panfletagem nas ruas e marcaram um primeiro ato para a manhã de hoje (20), quando aconteceria uma reunião do conselho para analisar a proposta de aumento. “É nosso exercer direito a cidadania, num debate político elevado, levando em consideração toda a necessidade de mobilidade urbana da população pernambucana. O aumento de passagens é retrocesso à grande necessidade de crescimento que nossas cidades precisam, está no contrapé do nosso desenvolvimento”, disse o presidente da UEP (União dos Estudantes de Pernambuco), Thauan Fernandes.

A concentração dos manifestantes começou por volta das 8 horas da manhã na escola Ginásio Pernambucano, de lá, marcharam para a Avenida Conde da Boa Vista, importante via de Recife. De acordo com relatos de participantes, a Tropa de Choque acompanhou a marcha durante todo o seu percurso. “Em dado momento, eles fecharam a nossa passagem, e foi aí que o atrito começou. Um grupo de estudantes correu em direção a um espaço que estava vago e a Tropa disparou contra eles”, disse a diretora de comunicação da UEP, Daniela Lins, que esteve presente.

A investida truculenta da polícia, que disparou bombas de gás lacrimogêneo e de gás, deixou diversos feridos. “Nessa hora tinha uma cadeirante no microfone para fazer uma fala, eles jogaram bomba de gás inclusive onde ela estava”, relatou Daniela. A multidão se dispersou e quatro estudantes foram arbitrariamente detidos e levados à delegacia.

Após esse primeiro atrito, os estudantes se reuniram novamente na Faculdade de Direito de Recife, decidiram, apesar da violência policial, voltar às ruas para continuar o protesto. Mais uma vez a tropa de choque iniciou um novo confronto. “Jogaram bombas de gás ate dentro da universidade”, prosseguiu Daniela.

Para Thauan Fernandes a violência policial representa um retrocesso na atuação dos governantes e dos comandantes da polícia “Foi uma ação completamente bizarra. O governo e a polícia precisam avançar e rever o seu posicionamento. Esperamos e vamos cobrar uma mudança de postura”, lamentou.

A reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano terminou com a aprovação de um aumento de 6,5% no valor das passagens. Para os manifestantes, o aumento continua sendo abusivo e novas estratégias de mobilização estão sendo estudadas.


Camila Hungria
Fonte: www.une.org.br

Monstro, Se o Presente é de Luta, o Futuro Vai Dar Certo!

O ano mal começou e os dirigentes da União da Juventude Socialista - Olinda já deram início aos debates sobre o curso de formação política, o congresso municipal e eleições. Atitude que é muito louvável, uma vez que, acreditamos que o único caminho para qualificar ainda mais a nossa militância é o da organização. E nesse assunto, a UJS recebe orientação de quem mais entende disso, o Partido Comunista do Brasil.

Historicamente, os comunistas sempre desempenharam um papel relevante no que diz respeito a organização e direcionamento das lutas do povo brasileiro. E com a juventude, essa situação não foi diferente. Os jovens que entravam em contato com a ideologia do partido comunista nas décadas passadas, além de aprender mais sobre teoria revolucionária, também recebiam importantes orientações sobre métodos para organizar a luta política e também a própria militância.

E devido a esse fecundo aprendizado, a União da Juventude Socialista passou a ser a maior e mais qualificada organização juvenil do país. No entanto, a fórmula para que isso ocorra nao é complexa, nem tampouco autoritária, e sim, é marcada por aspectos como: militância, formação, comunicação, mobilização, sistematização e principalmente, pelo centralismo democrático.

Logicamente que as coisas não são tão simples ao ponto de reduzirmos tudo a uma simples "fórmula mágica" ou uma espécie de "manual da militância", mas, são esses fatores que contribuem para que a UJS continue dando respostas à altura do seu tempo histórico, sendo assim, a referência mais qualificada para nortear a luta política da juventude brasileira.

Enfim, diante dessa breve análise, achei oportuno utilizar parte da famosa citação de Che Guevara junto com outras expressões oriundas do cotidiano da nossa militância, para que o título desse texto tenha a pretensão de ilustrar uma outra lição que os jovens socialistas obtiveram com o PCdoB no que diz respeito ao entendimento sobre socialismo. Para a UJS, não basta apenas defender o socialismo de uma forma ortodoxa. É preciso adequar a teoria revolucionária do marxismo com as diversas particularidades da cultura e da sociedade brasileira. O socialismo que defendemos, não se encontra aprisionado nas resoluções dos séculos passados, nem é caduco em sua funcionabilidade, e sim, resulta do entendimento dialético entre as experiências revolucionárias e os novos desafios do presente.

Temos assim, uma teoria secular adequada a uma prática cotidiana que enxerga as contradições sociais, como consequências de um capitalismo que reformula constantemente as suas formas de exploração e para que esse sistema seja superado, é fundamental acúmular de forças e defender um socialismo que tenha, de fato, "a nossa cara".

Recife Sedia 1º Encontro Nacional Pelo Direito a Comunicação.

Mês de fevereiro, em Recife batuques e frevos ecoam pelas ruas. Momento ideal para reencontrar as raízes de resistência e suas reconfigurações e inovações. E é nesse tom que vai ocorrer o I Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), entre os dias 09 e 11 de fevereiro na Universidade Católica de Pernambuco.

O bloco é puxado pelo Centro de Cultura Luz Freire (CCLF) e tem como apoiadores entidades já tarimbadas e outras que, apesar de pouco conhecidas nacionalmente, já exercem práticas profundas de transformação social. Ivan Moraes, coordenador do CCLF, sintetiza porque o ENDC já atingiu a marca de 300 participantes inscritos: "É um momento especial, ano passado foi de muita ação e articulação. Existe um espectro grande de grupos praticando ou discutindo a comunicação enquanto direito".


Os exemplos para Ivan estão em espaços de incidência tradicionais como a plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), ocorrida em dezembro de 2011, e também em sujeitos que atuam na "nova política" das marchas e redes sociais e buscaom modelos mais horizontais de participação. "O que se espera desse encontro é que esses sujeitos possam se reconhecer como personagens da mesma luta", almeja.

O metódo é um dos pilares para angariar tante gente diferente. Debates, grupos de trabalho e atividades autogestionadas irão compor a programação do encontro. Para Paulo Victor Melo, membro da coordenaçao do Intervozes, a metodologia irá propiciar uma maior troca para a busca de uma ação política mais conjunta. "A ideia é que o encontro convirja as agendas e pautas das diversas organizações e militâncias onde o direito á comunicação é um tema central", afirma.

Na construção também se preza pela colaboração. As reuniões da comissão organizadora são abertas e no site www.endc.org.br é possível inscrever atividades até o dia 20 de janeiro, sem o peso das seleções: "Não vamos fazer concurso para as melhores atividades, mas o que for proposto, vamos atuar para ser legitimado da melhor forma", tranquilza Ivan. Já os interessados poderão se inscrever gratuitamente até o dia 30 de janeiro.

Entre os temas e práticas convencionais, o marco regulatório das comunicações será tema de mesa de debates e contará com a presença de Rosane Berttoti, nova coordenadora geral do FNDC. Com expectativas pela nova função, Rosane ressalta os desafios para culminar no marco regulatório: "O FNDC tem que ser o elo para articular diversos atores, com pensamento tático diferenciado, a partir do tipo de cada organização. O grande desafio é articular o que tem de melhor nessa diversidade".

Fonte: ujs.org.br

Nota da União da Juventude Socialista sobre a intervenção na "cracolândia"

A questão das drogas, no Brasil e no mundo, é um tema de intenso debate. Contra ou a favor da legalização, acadêmicos, cientistas, políticos, artistas, o povo tem pensado e repensado o tema, proposto alternativas e soluções.

Para a UJS a temática das drogas relacionam soluções mais complexas que a simples repressão policial, envolvem problemas de saúde, assistência social, educação, segurança pública e, refletem também a extrema desigualdade econômica e social do nosso país. Não podemos fechar os olhos para este problema, que em relação ao consumo de crack, tem se demonstrado extremamente danoso aos jovens que, animalizados e jogados a margem da sociedade vivem sem perspectivas. 

O consumo do Crack, embora atinja todas as classes sociais, tem um corte social bem definido, devido ao seu baixo custo é consumido, sobretudo pelos mais pobres, que se reúnem na chamada "cracolândia", esta por sua vez existe a mais de uma década, ações repressoras nunca faltaram, entretanto, a população de dependentes tem aumentado sobremaneira. 

O Governo do Estado de São Paulo, que reprime estudantes em luta por democracia na USP, agora busca "pela dor e pelo sofrimento" solucionar o problema dos dependentes e acabar com a cracolândia. "Pela dor e pelo sofrimento", a séculos atrás, torturavam-se os chamados hereges para que se arrependessem de seus pecados, "pela dor e pelo sofrimento" a ditadura militar impôs aos lutadores sociais o gosto amargo do autoritarismo, "pela dor e pelo sofrimento" a história se repete, "como tragédia ou farsa". O problema do crack deve incluir a prevenção, a garantia ao tratamento dos tóxicodependentes e a reintegração social.

Nós da União da Juventude Socialista repudiamos veementemente a atual intervenção do Estado e da Prefeitura na “cracolândia”, a dependência química não se combate com política de segurança, esta serve para combater o crime organizado. A mera coerção física já demonstrou ser ineficaz, sua consequência é a criminalização da pobreza, aumentando a violência e marginalizando cada vez mais a juventude.

Fonte: ujs.org.br

Juventude e Mundo do Trabalho - Um Debate Necessário Para o País.

A juventude brasileira é uma parcela demográfica bastante extensa e diversificada. A população de jovens ja supera os 50 milhões de habitantes. Ou seja, temos um grande contingente de pessoas com idade, entre 15 e 29 anos que mesmo parecendo algo negativo, esse grande contingente, se configura como uma geração que carregam consigo a função estratégica de conquistar mais direitos e contribuir com o desenvolvimento social no país. 

Contudo, a história da juventude brasileira, trás consigo, uma profunda dívida social, em virtude de um nebuloso período de exclusão, oriundo de governos conservadores e neoliberais que insistiam em definir o jovem como sinonimo de rebeldia, alienação e como causadores de problemas. Além disso,o crescimento dos grandes centros urbanos, condenou a exclusão e a periferia grande parte da nossa juventude, que passaram a conviver sem infra-estrutura de acesso ao lazer, educação, esporte e cultura, ficando assim, um grande contingente humano vulnerável a toda violência do sistema capitalista.

No mundo do trabalho,a juventude brasileira foi condenada ao desemprego, subemprego, a trabalhos precários e a exploração. De fato, a miséria e a exclusão histórica do país tem uma face jovem. Segundo dados, quanto mais jovem o trabalhador adentra no mercado de trabalho, menores serão as chances do mesmo conseguir um emprego e/ou uma remuneração melhor, uma vez que, com as longas jornadas de trabalho, menor é o estímulo para que o mesmo continue a sua formação educacional e profissional, trazendo sérios problemas para a sociedade em geral.

No entanto, essa realidade vem sendo combatida por meio de diversas lutas protagonizadas pelos movimentos juvenis que fortaleceram suas atuações em torno de bandeiras de lutas, gerais e específicas, tornando as políticas públicas de juventude como algo essencial para o desenvolvimento da nação e incorporando-as ao Estado brasileiro como uma forma racional para a construção de um cotidiano mais dígno.

Demandas ligadas a educação pública, gratuita e de qualidade, profissionalização e inserção do jovem no mundo do trabalho são constantemente debatidas por vários atores políticos que corroboram com a real necessidade de se construir um projeto nacional de desenvolvimento que valorize integralmente os jovens na realidade social do país. Um desses agentes é o próprio movimento sindical que se tornou uma ferramenta estratégica para defender as políticas voltadas à juventude, principalmente no combate à exploração e as longas jornadas de trabalho.

Enfim, a necessidade de defender o trabalho decente, pautado por uma remuneração adequada, condições de liberdade, equidade, segurança e capacidade de assegurar uma vida com dignidade à todos os trabalhadores do Brasil tambem é um debate que a juventude deve ter propriedade e, principalmente, participação política.

Camarada João!



João Amazonas, Um Revolucionário à Altura dos Grandes Desafios.




Por Renato Rabelo

João Amazonas, construtor e ideólogo do Partido Comunista do Brasil, completaria cem anos neste 1º de janeiro. Ele viveu 90 anos - entre 1912 e 2002 - dos quais dedicou quase sete décadas à atividade política, em defesa das convicções revolucionárias e da construção e consolidação do Partido Comunista do Brasil.

Conheci J. Amazonas, pela primeira vez, em 1972, quando foi culminada a integração da Ação Popular ao PCdoB. Convivi com este proeminente líder comunista três anos no exílio, em Paris, junto com Diogenes Arruda, na consecução da imprescindível tarefa de reagrupar o Partido e conduzi-lo de fora do país em tormentoso momento, após o duro episódio conhecido como Chacina da Lapa (16/12/76), quando a maior parte da direção central do Partido foi abatida por sanguinário órgão de repressão do regime militar. A anistia alcançada nos permitiu voltar ao Brasil em finais de 1979. Diante de nos, comunistas, o imenso desafio de reestruturar o Partido. Desde então, seguiu uma extensa e profunda relação de convívio político entre eu e Amazonas, do compartilhamento de grandes responsabilidades na edificação do Partido Comunista do Brasil, até sua morte em abril de 2002.

Tive a oportunidade e o privilégio de viver e trabalhar conjuntamente com este ousado revolucionário, abnegado e ardoroso defensor de grandes ideais civilizatórios, sempre atento ao novo tempo, arguto político inserido no curso prático, empenhado na busca incessante da construção de uma nova sociedade, superior ao sistema capitalista – a sociedade socialista na sua plenitude. Para mim foram 30 anos de fértil aprendizado teórico, político e prático. Período mais avançado e rico de minha militância dedicada à causa revolucionária e comunista, que me forjou para melhor puder responder junto com nosso coletivo aos difíceis desafios da atualidade.

Amazonas foi um dos mais proeminentes ideólogos da causa revolucionária em nosso país, e deixou um legado do rico pensamento político, de exemplo de militante revolucionário e um respeitado e influente Partido Comunista do Brasil. E, embora tenha deixado um grande legado de textos escritos e publicados, foi ser um grande construtor do Partido Comunista do Brasil. Sua vida foi um esforço constante de ligação da teoria com a prática, e uma atividade permanente de estreito vínculo com os anseios dos trabalhadores e do povo, e de viver atualizado com sua época.

Como construtor do Partido, teve papel decisivo nas reorganizações comunistas no Brasil, que resultaram no partido que existe hoje. A primeira reorganização de que participou, durante o período da ditadura do Estado Novo, teve seu ponto mais alto na realização, em 1943, da clandestina Conferência Nacional da Mantiqueira. A segunda foi a reorganização ideológica e política de 18 de fevereiro de 1962, com a realização da 6ª Conferência Nacional. Mas é preciso citar também a reorganização ocorrida em 1978 e 1979, na 7ª Conferência Nacional, depois do grave ataque contra a direção comunista no Brasil representado pela Chacina da Lapa, já referida. A resistência contra a maré contrarrevolucionária e anticomunista que acompanhou a crise socialista do início da década de 1990 teve também a envergadura de uma reorganização.

Nela, cujo marco foi a realização, em 1992, do 8º Congresso do PCdoB, João Amazonas teve papel decisivo. Diante daqueles acontecimentos - a derrubada do muro de Berlim e o fim da União Soviética - os comunistas ficaram sujeitos à colossal pressão ideológica com o destampar da onda conservadora e antirrevolucionária. Essa onda se traduziu em muitas situações de rendição e abandono do caminho transformador revolucionário. É nesse momento histórico de profundo revolvimento e ameaça aos ideais comunistas que a figura do eminente revolucionário João Amazonas se revelava. Ele consegue responder a momento tão inquietante com uma contribuição em que vasculha, de modo agudo, nos meandros da vasta experiência revolucionária do século 20, as causas dos revezes, em busca dos ensinamentos essenciais. Sua contribuição teórica e política para o Partido Comunista foi decisiva naquele período, avançando uma compreensão teórica que ele já vinha construindo desde antes da crise do socialismo, nas décadas de 80 e 90, e que refletiam a crise na interpretação e desenvolvimento da teoria marxista.

Nesse esforço teórico, Amazonas localiza um dos ensinamentos fundamentais da vasta e complexa experiência do movimento comunista: não existe um modelo único de caminho e de construção socialista. Apesar de haver uma teoria geral, ela deve levar em conta as particularidades nacionais, históricas, políticas, econômicas, sociais e culturais em conjunção com os pensamentos político e científico avançados da época e de cada país.

No caso do Brasil, sua contribuição foi primordial para a evolução do pensamento estratégico do PCdoB. Mais especificamente no sentido de que existe uma etapa objetiva de transição relativamente prolongada do capitalismo ao socialismo. Ou seja, essa etapa não pode ser determinada arbitrariamente, nem suprimida ou acelerada artificialmente, não havendo uma passagem direta e automática do capitalismo ao socialismo. Essa etapa de transição se constitui, com o avanço da consciência política e social, na conquista de um poder estatal democrático-popular, no aprofundamento da democracia e na defesa da independência e da soberania nacional, de ampla liberdade política para as correntes populares, da existência, ainda, de uma economia híbrida com vários componentes de caráter econômico diferenciado.

A importante contribuição de João Amazonas naquele difícil período do início da década de 1990 ajudou a fortalecer a identidade comunista no PCdoB e extraiu lições da crise, fazendo progredir a teoria e a prática política tornando-as condizentes com a exigência de nossa época, atualizando nossa compreensão estratégica sobre o desenvolvimento histórico rumo ao socialismo.

Sob a direção de João Amazonas o PCdoB nunca recuou diante de suas responsabilidades históricas. Se o partido fortaleceu sua ação no meio do povo e dos trabalhadores, com crescente presença na luta sindical e nos movimentos sociais, sua presença na luta política de massas no final da ditadura militar também foi decisiva, atuando nas várias instâncias de sua manifestação. Na campanha pelas Diretas Já, em 1984/1985, a militância comunista teve presença intensa. Quando a emenda que devolvia aos brasileiros o direito de votar para presidente da República foi derrotada no Congresso Nacional, o foco da luta contra a ditadura passou a ser a disputa no colégio eleitoral espúrio criado pelo regime dos generais para indicar os governantes. E, nessa mudança de tática, João Amazonas - que, por suas ideias, coerência, persistência, simplicidade e elevado caráter, influenciou e adquiriu grande respeito além dos marcos partidários - teve papel destacado para convencer Tancredo Neves a deixar o governo de Minas Gerais e se candidatar a presidente da República por aquele Colégio Eleitoral. Era um momento delicado da luta pela redemocratização em nosso país, e aquela foi a saída encontrada, com o apoio dos comunistas, para a superação do regime militar. Nos anos seguintes, esse papel se reafirmou quando João Amazonas teve também influência determinante na construção da Frente Brasil Popular, em 1989, que lançou pela primeira vez o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República. Este o passo inicial na construção de uma candidatura que seria vitoriosa mais de uma década depois, em 2002, sempre com o apoio construtor e entusiasmado de João Amazonas e do PCdoB, como o próprio ex-presidente Lula muitas vezes reconheceu publicamente.

O PCdoB vive hoje o maior e mais exigente momento de sua história. O partido cresce como nunca, ultrapassa marcas histórias em número de filiados e de militantes; está presente em todos os níveis de governo (da presidência da República a prefeituras), tem uma bancada parlamentar atuante e muito respeitada, tem uma presença forte e ativa nos movimentos sociais, atuando como força dirigente em muitas organizações populares e de trabalhadores. No exterior, é reconhecido e respeitado, e suas opiniões são levadas em conta por comunistas de vários países no momento em que o capitalismo atravessa uma das mais graves (talvez a mais grave) crise de sua história. Este PCdoB, influente e reconhecido, foi o principal legado teórico, prático e político daquele homem simples que foi João Amazonas, um revolucionário que nunca recuou diante das mais difíceis e complexas exigências da luta de classes. O pensamento e o exemplo deste audaz dirigente comunista é um imprescindível guia para a luta desafiadora que o PCdoB tem a percorrer a fim de alcançar os objetivos maiores.

Fonte: Vermelho

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