Na tribuna, Luciano lembra antigos companheiros e reafirma compromisso com o programa do PCdoB

O deputado Luciano Siqueira (PCdoB) fez nesta terça-feira (15) seu discurso de estreia na tribuna da Assembleia Legislativa. Em seu pronunciamento, o parlamentar comunista ressaltou o sentimento de felicidade de retornar à Casa de Joaquim Nabuco, mais de duas décadas depois de encerrar seu primeiro mandato como deputado estadual, citando nominalmente diversos companheiros de Parlamento à época, a exemplo de Arthur Lima Cavalcanti, Carlos Wilson, Hugo Martins e Clodoaldo Torres.

Luciano relembrou momentos de sua trajetória política, a exemplo da luta contra a ditadura, quando foi preso e torturado em defesa da democracia. “Aqui assinalo minha homenagem e minha homenagem emocionada aos companheiros e companheiras daquela quadra de resistência ao regime discricionário que já não estão mais entre nós, porque alguns deles deram a própria vida e derramaram seu sangue generoso na luta pela liberdade e pelos direitos do povo e pela democracia”, afirmou.

Na tribuna, Luciano reafirmou ainda seu compromisso com o programa do PCdoB, ressaltando as convergências entre o programa do partido e o programa do governo Eduardo Campos. “Quero ainda dizer aqui senhor presidente, senhoras e senhores deputados que exerço mais este mandato absolutamente comprometido com o programa do meu partido, o PCdoB, e absolutamente feliz por poder identificar que há muitos pontos de interface, há muito diálogo e muita convergência entre o programa do PCdoB e o programa de governo de Eduardo Campos”.

Leia abaixo o pronunciamento de Luciano na íntegra.

Senhor presidente, quero fazer aqui dois breves registros. Primeiro,  o da boa acolhida, do carinho, da atenção de que tenho sido alvo desde o primeiro dia de trabalho nesta Casa, mais do que isso a compreensão de que nesta legislatura nós teremos um período extremamente produtivo na Casa de Joaquim Nabuco. Eu vou fazer esse registro por um dever de justiça. Quero aqui expressar meu reconhecimento pela postura altiva que vem assumindo ao longo de seus mandatos consecutivos na presidência desta casa, o deputado Guilherme Uchoa.

Antes, ainda vice-prefeito do Recife, recentemente vereador da Capital e agora aqui nesses primeiros dias, creio que é preciso anotar que a valorização do Poder Legislativo, a postura da Casa com altivez, guardando, sim, relações harmônicas, de cooperação mútua com o Executivo, guardando relações permeáveis para com a sociedade, há de ser sempre uma postura altiva por valorizar este Poder cujos representantes que aqui se assentam, de cada partido,  trazem o compromisso de honrar o voto obtido do eleitor pernambucano.

Quero aqui senhor presidente, senhoras e senhores deputados, manifestar  a minha satisfação de retornar a esta Casa 23 anos depois, depois de ter vivido dos anos 1980 a rica experiência de representar o meu partido, o Partido Comunista do Brasil, na época abrigado na legenda do PMDB que se constituía em uma ampla frente democrática na qual estavam inseridos os partidos de esquerda proscritos. Daquela época ainda tem assento nesta Casa, o deputado Maviael Cavalcanti, o deputado Henrique Queiroz. E lembro com satisfação e até com certa dose de saudades dos companheiros e companheiras com os quais aqui pude conviver, alguns já se foram como Wilson Campos, como Arthur Lima Cavalcanti, outros já não participam das disputas eleitorais, como Hugo Martins, Marcus Cunha e outros companheiros.

Aqui fomos à época uma oposição de não mais de 12 deputados. Enfrentamos uma maioria sólida como hoje a oposição se vê constrangida ou desafiada a enfrentar a nossa maioria. Mas, assinalo que aqui juntamente com outros companheiros, com Artur Lima que já citei, com Sérgio Guerra, Hugo Martins, Luiz Freire, Harlan Gadelha Filho, Clodoaldo Torres, nós exercemos uma oposição consistente, respeitosa,  que trouxe sempre à tona o debate das questões candentes que naquela ocasião atraía as atenções desta Casa e do povo pernambucano.

E ao fazer essa referência eu ainda aqui assinalo minha homenagem e minha homenagem emocionada a companheiros e companheiras que naquela quadra de resistência ao regime discricionário, já não estão mais entre nós, porque alguns deles deram a própria vida e derramaram seu sangue generoso na luta pela liberdade e pelos direitos do povo e pela democracia.

Quero ainda aqui, senhor presidente, senhoras e senhores deputados, dizer que aqui compareço para exercer este mandato absolutamente comprometido com o programa do meu partido, o PCdoB, e absolutamente feliz por identificar que há muito pontos de interface, há muito diálogo e muita convergência entre o programa do PCdoB e o programa de governo de Eduardo Campos.

Mas, alguém poderia questionar: o programa do PCdoB é um programa partidário, mira a Nação, e o programa de Eduardo Campos  não é um programa partidário, é um programa de uma coalizão partidária, mira o Estado. Mas, assim mesmo, considerando duas peças de naturezas distintas, como no programa do PCdoB que reafirma o nosso sonho de um futuro socialista para a nossa terra, apresenta um conjunto de proposições factíveis no horizonte político visível, possíveis mediante muita luta, sim, de realização como absolutamente necessárias para superar obstáculos para que esse processo de desenvolvimento econômico que nós vivemos possa ganhar consistência, possa ser duradouro, possa apontar para avanços importantes do processo civilizatório brasileiro.

Eu me refiro ao conjunto de seis reformas constante do programa do PCdoB e abraçado pelo programa da presidenta Dilma, as quais dialogam muito bem com o conteúdo de programa de Eduardo Campos: a reforma tributária, a conclusão da reforma agrária, a reforma dos meios de comunicação, a reforma urbana, a reforma do sistema educacional e a reforma política, acrescida do fortalecimento do SUS  e na implantação de um sistema único de segurança pública cuja essência é promover a garantia de uma vida segura ao cidadão.

Eu dizia aqui da minha satisfação de perceber um diálogo de conteúdos entre o programa partidário do PCdoB e as proposições para Pernambuco que Eduardo Campos enfeixa no seu programa atualizado para a segunda gestão. Uma peça que eu considero digna de estudo e, sobretudo, de debate entre nós porque ali estão enfileirados  os problemas enfrentados nos primeiros quatro anos, os bons resultados obtidos, o anúncio de dificuldades e problemas que persistem e afirmação clara para submeter à crítica, ao acompanhamento e ao controle da sociedade pernambucana e desta Casa no conjunto de metas e de propósitos baseados em duas premissas fundamentais.
Uma de que é preciso avançar para a superação das desigualdades sociais e regionais que em Pernambuco  ainda são muito agudas. A outra de dotar o Estado de Pernambuco de base sólida, econômica, de infraestrutura, de aporte de tecnologia, de inovação incessante e de uma base social no seu corpo produtivo para dar consistência ao processo de desenvolvimento em curso e um conjunto de proposições elencadas em três áreas: na área da qualidade  de vida, na área da chamada nova economia e na área do estado do fazer que vem a ser a implementação de ferramentas, de metas e instrumentos de gestão que não só garantam a responsabilidade fiscal, mas a eficiência da gestão pública.

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